Deve ser difícil quando você alcança um alto nível de excelência artística. Você se inclui em uma lista pequena, respeitada, que uma grande maioria deseja constar, mas... a partir daí, é uma tendência natural que você seja cobrado a ter um desempenho tão bom quanto em trabalhos anteriores, qualquer "fraqueza" pode ser sinal de decadência...
E isto se aplica a quase tudo, desde futebol (olha o caso do Ronaldinho Gaúcho) até literatura ou cinema. É como se houvesse uma OBRIGAÇÃO de ser inteligente, ser mágico, genial, o tempo inteiro.
Isto é uma tremenda sacanagem.
É claro que o cara tem ganhos quando entra nesta lista, mas ele não deixa de ser humano, porra! O cara pode errar, pode acertar, e pode até ser melhor!!! Até porque, 6 amigos, sou da opinião que a chamada "GRANDE ARTE" não permite a um ser humano ser "normal", ter uma vida rotineira, filhos, cervejinha na sexta, almoço de domingo... a "grande arte" exige demais, então, é uma coisa ou outra... por isto defendo que, quem resvala nesta categoria, sem adentrá-la totalmente, ou o tempo inteiro, deve ser louvado por suas conquistas pontuais, e não cobrado como se houvesse assinado um contrato de "gênio".
Tudo isto é apenas uma das minhas introduções prolixas para falar de "Ilha do Medo", último filme do Martin Scorecese, que tem pelo menos uns 5 filmes entre os melhores de todos os tempos.
Não é o caso deste último :)