In Treatment

O melhor terapeuta que tive se chamava Ri-an, era descendentes de emigrantes de Okinawa e seguia a linha Reichiana (de Willhem Reich). O legal dele era o seguinte: se eu não queria falar, estava me sentindo mal, ou a coisa não tava fluindo, ele me mandava deitar numa maca e aplicava uma massagem reichiana (não é Reiki!).

PQP, como eu me sentia melhor quando terminava. Depois dele, vários outros e outras, frequentei, mas nada igual (isto soou meio gay, mas tudo bem...).

Na minha prolixa opinião, então, TODO MUNDO deveria fazer terapia. Não, não precisar estar em uma "fase estressante" (ei!), nem ter "se separado" (ai!), nem estar em dúvidas quanto à própria sexualidade (ui!). A velocidade, as demandas, as expectativas da vida moderna, por si só, já são motivos suficientes para se procurar algum profissional que passe um tempinho prestando atenção nas coisas que você não tem coragem de dizer nem pra si mesmo.

E foi a partir deste pensamento que decidi dar uma chance ao seriado da HBO chamado "In Treatment" (no Brasil, "Em terapia", ó!), baseado no sucesso da tv israelense "Be'tipul".

A idéia é tão simples quanto inovadora, cada episódio é uma sessão de terapia com um paciente. Como são cinco dias na semana, cada dia é tem o seu personagem, e a exibição é também feita diariamente. Se o primeiro episódio, da segunda-feira, é com a paciente Laura, o da segunda seguinte também o será. Na sexta-feira, o paciente é o próprio terapeuta, Dr. Paul Weston (interpretado magistralmente pelo Gabriel Byrne), que procura sua antiga professora para também fazer terapia, o que é sempre indicado para quem mexe com a cabeça dos outros.

Então você vai paulatinamente entrando no mundo de cada um dos 5 pacientes e seus probleminhas ou problemões. Facilmente, você se identifica com algum, bem como acha outro idiota ou superfluo, mas o legal é que não há necessidade de você ver todos os episódios, se quiser acompanhar apenas o drama do casal que não sabe se quer se separar, beleza; se quer acompanhar a vida da loira gostosa que se apaixona pelo terapeuta, é só lembrar qual é o dia dela e baixar; se só quer entender o que acontece na cabeça de Weston, que também é um ser humano, e tem que ficar ouvindo aquele amontoado de lixo mental, todos os dias.

Claro que eu indico todos os episódios, afinal, é um série pensada em bloco, mesmo que dividida da maneira que apontei. Além disto, há o desenvolvimento do personagem do terapeuta, que vai acontecendo em paralelo aos acontecimentos da vida de seus pacientes.

Creio que, pelo menos nesta primeira temporada, todos os pacientes são interessantes, embora eu tenha, às vezes: achado chatíssimo aguentar todo o papo de "ex-soldado danificado pela guerra" do Alex, tido vontade de esganar a esposa mala que é a Amy, ficado babando pelos lábios da Laura, perdido a paciência com as cincunvoluções da Sophie e, por fim, cansado das caras de vovozinha paciente da Diane West (que faz a Gina, ex-professora do Dr. Weston!).

A segunda temporada já passou nos EUA, mas eu ainda não a vi. Se a qualidade da primeira for mantida, é algo realmente imperdível, embora sempre haja o perigo do desgaste da fórmula.

Se você não gosta de diálogos, de problemas, de silêncios, passe longe deste link, não é pra você. Se gosta, deveria mesmo era procurar terapia, you freak!!! :)

In Treatment - 1ª Temporada

Legendas - 1ª Temporada


p.s.: Campello, you freak!
p.p.s.: quem fizer piadinha das minhas massagens é viado!