É muito estranho assistir a um filme de guerra quando esta guerra está em andamento. É mais comum assistir a filmes da II Guerra, Vietnã, etc. Pelo fato dos conflitos já terem terminados, é muito mais fácil percorrer o assunto sem ter que se preocupar com política ou vender propaganda nova, já que a ideia a respeito de um conflito
ganho já foi assimilada pelo senso comum. E este foi exatamente o meu receio ao assistir
The Hurt Locker.
No Brasil, o título ficou
Guerra ao Terror - isso me deixou mais cheio de preconceito ainda. Pensei, imediatamente, que possivelmente é um filme a favor ou contra a investida dos EUA no Iraque. E isso me decepcionaria bastante, seria um erro imperdoável caso o filme seguisse este viés. Mas não foi o caso, felizmente.
Trata-se de um filme de guerra mesmo, mas de uma guerra atual. Não envolve os motivos, não tem show de patriotismo, praticamente nem se vê a bandeira americana. É a história de um esquadrão composto por dois sargentos e um soldado especializados em desarmar bombas. Naturalmente há um conflito entre os três, devido ao alto grau de estresse que se exige e à guerra propriamente dita. O resto é
spoiler.
O filme é bom, tem boas interpretações, prende a atenção do início ao fim. Algumas cenas são muito curiosas e atípicas, principalmente num filme de guerra: longos silêncios e closes. E ficaram legais.
Kathryn Bigelow, a diretora, já tinha feito um bom trabalho com
K-19 The Widowmaker e foi competente outra vez. O filme não tem nada de grandioso, nada de espetacular. É um filme de guerra que funciona, que prende a atenção e que, em momento algum, cansa. Por estes motivos, recomendo.
Há um bom release no
Top Dez Filmes, já com boas legendas.