Ainda bem que assisti a este filme num sábado, começo da noite. É um daqueles filmes desgraçados, mas sem apelação, sem música ao fundo pra forçar a barra. Vivido numa época multicolorida, os anos 80, o filme castiga ainda mais por mostrar o lado cinzento e sujo (muito sujo), que é paralelo a todas as épocas.
Os ambientes são muito bem montados, destacando a casa da protagonista que é o pior local possível de se morar. Porém nada se destaca mais do que a atuação da mãe de Precious, a Mary, interpretada por uma tal de Mo'Nique (nunca tinha ouvido nem falar), que me fez ter certeza de que ela não estava atuando coisa alguma, que ela não estava mentindo ao falar o que falou no filme. Isso me impressionou bastante e ofuscou o trabalho de Gabourey Sidibe, a atriz que interpreta Precious - e interpreta muito bem.
Spoilers e links após o break, as usual.
Acho sempre muito interessante filmes que retratam a história dos pobres dos EUA, principalmente a diferença de ótica de lá com a ótica do Brasil. Os filmes americanos não ficam apontando, do início ao fim, que a culpa de todas as mazelas das pessoas menos afortunadas é minha (ou sua, Sardaukar, sua! hehehe), ao contrário do que alguns diretores sem criatividade fazem por estas bandas. Todavia não vou colocar política ou ideologia no caldo, senão amarga.
Acabei de me lembrar e recomendo Monster, um filme bem interessante que aborda a pobreza de alguns americanos também.
Voltando... gostei do filme, mas não é nada fantástico. É um drama bem construído, bem interpretado e com uma história verdadeiramente comovente e factível, infelizmente. Achei algumas personagens bastante caricatas (as colegas) e não gostei do papel ou da interpretação da professora de Precious, aquilo ali, pra mim, foi uma falha no filme, a qual não o compromete. Os closes nas comidas são de embrulhar o estômago. O que diabos Mariah Carey estava fazendo neste filme? Mas vou deixar a coitadinha em paz só porque ela não passou o filme todo de perfil como faz nas fotos e nos clipes e deu pra todo mundo ver a falta de simetria do nariz dela.
O que presta mesmo no filme é Precious, sua história, a relação que ela tem com a mãe e, principalmente, a mãe. A cena com a assistente social, ao final do filme, foi superfoda. Não tem condição daquela mulher viver no ar condicionado (ou aquecedor, sei lá), andar com grandes carros, comer do bom e do melhor e fazer o que fez. Ou ela é uma puta atriz ou o diretor é nazista (do jeito que Megan Fox acha sobre Michael Bay).
Recomendo como um bom drama, daquele tipo que não é legal assistir aos domingos. Release e legendas legais clicando aqui (Top Dez Filmes, again).
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