Como se diz lá em Recífilis, pra "desopilar" de tanta ficção, resolvi ver uma penca de documentários. Trazer um pouco de realidade, mesmo a conduzida, para as minhas noites insones.
Emplaquei uma série, e abaixo faço pequenas sinopses com respectivos links, bom divertimento:
Imagine que é o início da década de 80. Imagine que você está tocando para milhares de pessoas em um concerto de Heavy Metal. Entre as 5 bandas que dividem o palco, 4 delas vão ganhar mihões de dólares em venda de discos, shows, publicidade. 4 Delas vão ficar completamente ricas, menos uma: Anvil. E esta é a história deste documentário, tentar descobrir o motivo de Scorpions, Bon Jovi e as outras bandas terem virado hits internacionais enquanto o Anvil ficou pra trás, como se fosse o irmão pobre, feio e canadense. Há uma certa tristeza latente no documentário, quando você vê cinquentões alimentarem um sonho por 30 anos, de um sucesso musical em um gênero que nem está mais no topo do gosto dos jovens hoje em dia. É como se eles houvessem parado no tempo, naquela década onde eles eram alguém, e ficam eternamente presos àquela sensação de sucesso, de garotas, de dinheiro, de esperança. Vale muito para quem gosta de rock, vale muito para quem gosta de analisar como o tempo passa para alguns, enquanto não passa para outros.
Esta é a história de um nerd-nave-mãe chamado Mark Borchardt que, nos cafundós dos EUA, quer a todo custo fazer filmes! É tudo o que ele quer na vida, qualquer outra coisa é secundária. Eu não sei o que me deu vendo este filme. Inicialmente, senti um pouco de pena do cara, achei-o completamente maluco, fora da realidade. Isto sem falar dos dois sidekicks dele: Ken, um meliante envolvido com sei lá o que (o filme não diz) que o faz ser preso de vez em quando; e Mike, um sujeito obviamente sequelado pela ingestão das mais pesadas variações de qualquer droga. Esta trinca, mais os familiares rednecks e o Tio Bill, talvez o único personagem lúcido do filme, tentam então produzir O GRANDE FILME AMERICANO de todos os tempos, aos trancos e barrancos. Depois de um tempo, comecei a me divertir com a ousadia da trupe, sua total incapacidade de auto-crítica, e até mesmo gostar de algumas cenas filmadas pelo Mark para o tal filme Coven. Vale muito para quem gosta de cinema, vale para quem quer conhecer um lado dos EUA que não aparece muito na tv, vale muito para se entender até onde vai a loucura e a coragem do ser humano comum. Fora o Tio Bill, que é figuraça demais, com as músicas mais depressivas e "melódicas" que eu já ouvi.
Você já parou pra pensar o que diabos você come quando enfia um BigMac na goela? Ou leu para entender a quantidade de produtos químicos que você ingere de um simples iogurte? Ou mesmo imaginou de onde vem tanta carne de frango que você vê nos supermercados da vida? Pois é, nem eu... Este documentário dá uma pequena idéia da coisa. Não cobre tudo, mas conta, por exemplo, como poucas empresas dominam todo o mercado de alimentos a partir do controle do preço do milho, pois praticamente TUDO que você come hoje tem algo de milho, desde a Coca-cola até sacolas biodegradáveis, desde hamburger até o atum enlatado... Vale muito se você tem o mínimo interesse por sua saúde, ou dos seus. Vale para quem tem muito medo do mundo capitalista. Vale para qualquer pessoa minimamente consciente.
Se vivêssemos em um mundo de quadrinhos de super-heróis, a Monsanto seria uma espécie de Lexcorp (a companhia de Lex Luthor, inimigo do Super-Homem), isto é, um império do mal. Por que eu digo isto? Basicamente porque a Monsanto só tem um interesse: LUCRO. Se tiver que encher o mercado de agrotóxico, ela faz. Se ela tiver que inventar soja transgênica que pode acabar com a variedade genética deste alimento, ela faz. Se tiver que acabar com o emprego ou o sustento de pequenos agricultores, ela faz. Se tiver que comprar políticos, estorquir concorrrentes, ameaçar pessoas, comer criancinhas, fritar cachorros, meter a mão dentro do estomago de uma vaca, estuprar ventiladores... se der lucro, ela faz. E é uma das empresas mais poderosas do planeta. E cá estamos nós, deixando :) Vale para qualquer ser vivo, até as plantas, que têm que ter cuidado!!!
Este pequeno documentário conta, passo a passo, o que afinal de contas aconteceu com o sistema bancário americano em setembro de 2008. O que foi a tal crise que quase arrastou o mundo inteiro para uma das maiores depressões da história... Uma historinha de liberalismo exarcerbado, muita ganância e prepotência, que custou aos EUA muito da riqueza e do poder que ostentava. Você vai entender o que eram as tais "hipotecas podres"; como o mercado age "virtualmente", sem correspondência com o "real"; como o Banco Central Americano teve que intevir rapidamente, tirando do contribuinte bilhares de dólares para cobrir o rombo criado artificialmente por empresas escrotas que criaram uma teia de aranha entre as instituições financeiras mundiais quase impossível de se detectar, tudo à base do que não existia, por apenas um motivo: lucro em cima de lucro. Foi a total derrocada do liberalismo econômico como opção viável para a modernidade, em termos filosóficos. Até mesmo o maior defensor do Estado não-intervencionista teve que se curvar e pedir ajuda ao governo, para salvar Wall Street e, por extensão, o mundo como eles querem que continue. Vale como lição de história. Vale para quem se interessa por economia. Vale para se entender como hoje todos vivemos em uma realidade econômica virtual.
p.s.: vai, Campello, seu capitalista, liberal, comedor de Cheddar MacMelt, assiste aí aos documentários :)
Dugarái, Sardinha. Gosto de documentários. Baixá-los-ei right fuckin'now.
ResponderExcluirFaltou aquele que tu me indicou esses dias: It Might Get Loud.
ResponderExcluirps.: Sabia que o final voce ia achar o American Movie um bom doc.