18.1.10

Pausa para um pouco de diversão...

Resolvi seguir o exemplo do Campello e dar uma pausa nos "filmões" para relaxar um pouco no fim de semana.


Fui ao cinema, PAGUEI e tudo mais. Gostaram, hein? :)

Ainda nem tentei seriamente ver Avatar (coisa que só farei pela curiosidade tecnológica envolvendo o 3D - pô, bonitinho os óculos!), pois ODEIO o James Cameron. Considero que ele faz um desserviço ao cinema... mas isto é uma questão longa e chata.

Escolhi então "Sherlock Holmes".



Motivos:
- Simpatizo com a troglodicência do Guy Ritchie, principalmente de seus 2 primeiros filmes ("Lock, Stock..." e "Snatch") ;
- Downey Jr. é um excelente ator, que poderia até ser maior, se não perdesse tanto tempo enchendo a cara e cheirando tanta coca;
- Também simpatizo com o Jude Law, acho que falta na carreira dele uns papéis mais ousados, mais sujos, tá muito acomodado como "bonitinho escroto" ou "charmoso indeciso";
- Não sou um fã de carteirinha do personagem mas já li alguns livros e vi, pelo menos, uns 5 filmes, com várias facetas bem interessantes.


Só que já fui meio vacinado, pois sabia que, com esta febre de super-heróis, um filme do Sherlock , feito pelo Guy Ritchie, jamais seria "fiel" ao personagem. Isto é, não manteria o clima vitoriano clássico. Eu sabia que seria um filme de "ação".


Só que eu não imaginava o quanto.


Tudo é frenético. Holmes é uma espécie de Jet Li com cérebro. Logo nas primeiras cenas, da-lhe porrada em bullet time, descrita e narrada pelo cérebro de Holmes, que escolhe os locais certos para cada golpe.
A cena é legal? É.
Qual o problema então? Nenhum.
Então porque você não relaxou e curtiu o filme, porra?
Eu não sei... deixa eu pensar.


Creio que existem tendências nos blockbusters que acabam por uniformizar o divertimento de um jeito que fica chato. Pouco tempo atrás, eram os seriados/filmes dos anos 70. Todos viraram comédias como As Panteras, Starsky & Hutch, Os Gatões, etc... Todas iguais, todas péssimas.


No caso dos "super-heróis", todos os filmes estão ficando iguais. Pegue-se o Hellboy I, obscuro, esquisito, aquele é o Hellboy mesmo. Já o Hellboy 2, meio pastiche, meio fantasia... talvez aquele também seja o Hellboy, mas eu não lembro de ter lido aquilo ali algum dia.


O Sherlock Holmes do Downey poderia ser o Tony Stark (de Homem de Ferro), ou vice-versa. Vejam, não é ruim. Mas é um pouco descaracterizado, e isto digo eu, que não sou fã nem nada.


E o Watson? Conan Doyle sempre retratou o Watson quase como, exclusivamente, um espectador, um médico, isto é, o alter-ego do próprio autor.No filme, Watson parece alguém até mais admirável que Sherlock. Outra descaracterização.


Mas, tirando todo este pensamento. Esquecendo quem é o personagem, como era a Inglaterra vitoriana, digo que o filme é legal. Ágil, por vezes engraçado. Lembrou um pouco o que poderia ter sido o filme da "Liga Extraordinária" (que foi estragado!).

Downey, em alguns momentos, como no restaurante, incapaz de controlar a própria mente perceptiva, tem uma boa atuação, embora resvale em uma certa "afetação" quase gay, às vezes. Mas vamos desculpá-lo, afinal, o papel é de um inglês, e sempre existe aquela máxima: "ele não é gay, é apenas inglês".


Jude Law faz um Watson contido, um herói clássico.
Sabem, é engraçado. O "herói" típico de hoje é Wolverine. O machão, fodão, detonador... mas que tem um coração de ouro e protege aqueles que ama...
Isto é, o "anti-herói" do passado. O heroísmo clássico caiu em desuso, virou demodê! :)
Só que este "anti-herói" já virou lugar-comum, então, fico pensando, será que o "anti-herói" do momento é o "herói" do passado? Assim como eu gostava mais dos malvados, dos perdidos, dos outsiders, hoje, pelo uso e abuso destas imagens no cinema, passei a prestar mais atenção nos heróis clássicos. Por isto gosto do Watson do filme. O cara só quer casar, se assentar, parar de correr atrás do Holmes nas maluquices ególatras dele. 

Mais do que nunca, este Sherlock é um maluco com ego gigantesco.

Se bem que, para ser Sherlock Holmes, sendo Sherlock Holmes, duvido que alguém não tivesse um ego assim.


E, ainda, existe a Rachel McAdams. Putz, triplo putz.
Esta garota é espetacular. Boa atriz e lindíssima, destas belezas que ultrapassam o estético e se decantam mais ainda nos olhos, no sorriso.
O personagem é totalmente baseado na Mulher-Gato, e no seu relacionamento ambíguo com o Batman nas HQs. Se gostam, se pegam, mas cada um prefere o seu modo de vida. No que estão certos.
O filme vale só por ela.


Mas é bom que se lembre que é pura diversão. Só isto.
Já andaram saindo umas versões do filme pela net, mas não sei a qualidade delas, por isto, não posto aqui.
Se aparecer alguma confiável, posto em algum tópico futuro.

3 comentários:

  1. Mas as cenas da Londres do século XIX são magníficas. E tem aquele estranhamento de que há uma guerra no ar, uma grande guerra, prestes a acontecer no novo século que não está nem aí para essas ordens secretas. O século XIX era meio isso, o impulso elétrico que convivia ainda com um misticismo religioso.
    Acho que isso é bem explorado no filme. Mas é apenas uma cereja francesa de gourmet dentro de um bolo de chocolate para as massas.

    Ah, os ingleses...

    PS - Eu gosto prá caralho de Hellboy 2. Apesar de ser focado em conto de fada, a frase dita pelo príncipe Nuala resume a razão para que eu goste do filme:

    "Isso é para que vocês lembrem porque a humanidade já temeu a noite"

    Tem tudo a ver com meu comentário acerca de Sherlock Holmes.

    Mussa

    Ps (de verdade) : Reclama agora Campello que eu não leio essa porra!

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  2. O seu primeiro parágrafo tem justamente a ver com o meu comentário sobre a "liga extraordinária". Este clima estabelecido em Holmes é o que deveria ter sido feito na Liga, pois é assim que a HQ foi escrita. Algo meio steampunk... Quanto ao Hellboy 2, eu nem achei ruim, só achei meio descaracterizado. É foda esta coisa de ter muitas referências, pq vc acaba exigindo do filme mais do que ele se proprõe a dar...
    Eu não achei o Holme ruim, se tivesse, teria detonado total (coisa que eu tenho feito até demais, tô começando a me achar um mala do caralho!)

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  3. Sabe, Campello, acho que o Mussa tá de sacanagem com a gente. Ele fez este comentário pensando o seguinte: vou fingir que leio, fazer um comentário minimamente interessado, para eles me deixarem em paz por uns 3 meses :) e eu poder continuar sem ler estas besteiras :)
    Acho que devíamos sacaneá-lo de alguma forma. :)

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