18.1.10

The Men Who Stare At Goats ( ou pausa para um pouco de diversão II...)

Ah, as expectativas...

O que seria de nós sem as expectativas?

Quem dera eu fosse um epicurista, sentado em um jardim, aproveitando o sol da manhã e a passagem das jovens, com seus vestidos finos dançando em contra-mão ao vento...

Mas não rola, estou atrasado por uns 20 séculos :)

O fato é que, quando eu gosto muito de um livro, fico em uma grande expectativa para que o filme seja tão bom quanto. Em 99% dos casos, a gente sabe que não fica. Em 0,999998%, fica. Em 0,000002%, o filme é melhor que o livro (casos raros, mas existentes: Blade Runner, Poderoso Chefão, Clube da Luta...).

Mas, sabe-se lá porquê, eu estava entusiasmado com "The men who stare at goats", baseado no livro homônimo de Jon Ronson, um jornalista inglês que, na década de 90, esbarrou em uma história tão incrível quanto real: a criação de um batalhão do exército americano de "soldados psíquicos".




Para qualquer cético, o tema já é risível. Mas eu não sou cético, au contraire, eu acredito em QUALQUER COISA, desde lobisomens a discos voadores, desde governo do PT até amor para sempre :)

Comprei o livro e achei uma das coisas mais engraçadas que havia lido em anos. O jornalista saiu atrás de pistas que envolvessem o tal batalhão psíquico, encontrando aqui e ali os personagens mais esquisitos da fauna do exército americano. Pior, era uma fauna graduada, de Major até General de 5 estrelas que acreditavam piamente na possibilidade de se empreender um ataque à URSS através de poderes mentais (antes que os comunas fizessem isto com eles, claro!). O texto é flúido, simples, aquele humor britânico sem exagero no tom.

Quando anunciaram o filme com Ewan Mcgregor, Jeff Bridges, Kevin Spacey e... bem, o onipresente GeorgeClooney (cacete, este cara já fez uns 20 filmes no Iraque!!!), achei que seria uma boa produção, uma boa adaptação.

O filme não segue o livro exatamente, talvez não pudesse, afinal, é uma série de entrevistas com algumas elocubrações do autor entre as mesmas. Quem fez o roteiro resolveu pegar as melhores partes do livro e amarrá-las em uma história cheia de flashbacks.

Ri bastante em alguns momentos, principalmente por saber que aquelas coisas foram reais. E é aí que talvez o filme peque, já que eu sabia, mas o roteiro não deixa isto claro para o expectador.


Quando algo tem força pelo ridículo de ser real, isto não pode ser desperdiçado. Ao criar uma história ficcional para contar o livro de Ronson, o roteirista tirou muito deste poder. Quem assiste, não crê que os "causos" narrados sejam reais, mas sim mais uma comédia maluquete de guerra... não é o caso.

O tal batalhão de Guerreiros Psíquicos, suas armas que parecem abridores de garrafa, a tal morte da ovelha apenas a encarando, as experiências de visão remota, tudo isto ACONTECEU MESMO, o chamado Projeto Stargate, que causou um mal estar tremendo quando o público americano soube para onde estava indo seus impostos... um destes escândalos tipo CPI que duram 3 meses e somem.

No mais, George Clooney como George Clooney. Jeff Bridges como uma versão riponga do Dude (de "O Grande Lebowsky). Kevin Spacey como um mala sem alça. E Ewan McGregor pra lá e pra cá.

Indicado apenas a quem gosta do assunto, ou para fãs dos atores, ou mesmo para quem acha que minhas opinões não valem um tostão furado :)

Links (é um R5, mas tá muito bom):
Legenda (PT-BR)

p.s.: eu sei que você, Campello, não dá um tostão furado pelas minhas opiniões de comuna :)


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