11.4.10

Fringe!

Depois que Arquivo X arrebanhou aquela horda de gente sedenta por "mistérios" nos anos 90, a todo momento surgia a sua SUCESSORA. Até mesmo o pai da série, Chris Carter, criou três "sucessoras": Millenium, Harsh Realms e "os pistoleiros solitários" (que era um spin-off). A primeira era até interessante, sombria, com o Lance Henrikssen atuando muito bem, mas que não emplacou, talvez pela própria natureza apocalíptica, obscura, da série. Já "harsh realms", sinceramente, nem sei direito do que se trata! Pistoleiros Solitários não conseguiu fechar nem uma temporada inteira!

Daí veio LOST, em 2005, e passou a régua! Apesar de seus altos e baixos, criou uma legião de fãs fiéis (eu, incluso!). Criação de J.J.Abrams, antes só conhecido por ter criado o seriado pós-adolescente mela-cueca Felicity (que eu adoro!), Lost virou a série dos "mistérios": anomalias magnéticas, projetos secretos do governo, imortais, fumaças quânticas, estátuas egípcias... só os adoradores de conspirações alienígenas é que se sentiram excluídos!

Mas Lost tinha um problema grave (ou vários, se você é um detrator!). A história era centrada na ilha, suas tramas, por mais engendradas que fossem, não podiam fugir muito daquele contexto, daquelas possibilidades, o que caracterizava uma diferença muito grande para o Arquivo X, que tratava de aliens a pé-grande, de fantasmas a nazistas, de psicocinese ao acidente em Chernobyl. Tudo e qualquer coisa cabia, e por isto atingia tanta gente.

Quando FRINGE surgiu em 2008, tinha toda a pinta que havia sido criada pela turma envolvida em Lost (Abrams, Kurtzman e Orci) para extrapolar as possibilidade que esta última não conseguia. Até a apresentação lembra muito Arquivo X, com a menção a várias "atividades" esquisitas.

Passados 1 ano e tantos meses, o que afinal é FRINGE?


Chupando da Wikipedia, em tradução mais solta do que a pipa do vovô quando subia:

"Fringe segue a trajetória da agente especial do FBI Olivia Dunham, do cientista doido Walter Bishop, e do filhe deste, um tipo de faz-tudo, chamado Peter Bishop, enquanto eles investigam vários aspectos de "ciências de borda" (doenças raras, quimeras, engenharia genética, habilidade psíquicas, teleportação, e assim por diante). Ao contrário de Lost, o criador Abrams promete que o arco das histórias de Fringe será fácil de serguir e mais acessível para aqueles que perderem um episódio ocasionalmente. (...) Roberto Orci, um dos co-criadores, disse que Fringe ´tirou sua inspiração de Arquivo X´, mas se ´diferenciará através de seus personagens, sendo um novo degrau no gênero!´".

E foi assim que eu comecei a assistir. Pensei em Arquivo X, sendo Mulder uma mulher, Scully um homem, e Skinner um cientista louco. Ou então, dexover, Scully sendo loira, Mulder sendo o Pacey do Dawson´s Creek, e os Pistoleiros Solitários sendo um cientista doido apenas. Ou, não sei...

Nos primeiros episódios, conhecemos os personagens. Olivia Dunham é a típica mulher durona de coração mole, treinada/cu-de-ferro mas com "intuição". A atriz Anna Torv não é boa, tem um repertório bem limitado de expressões, além de um formato de testa (eu entendo do assunto!) que lembra um neanderthal. Peter Bishop é um personagem escrotinho, que saca de tudo, que é inteligente pra cacete, que é perigoso, que é mal-humorado, que dá umas risadinhas irônicas e que, óbvio, é o interesse amoroso de Olivia a longo prazo; Joshua Jackson também é limitado, embora menos que Torv, mas está apenas fazendo um Pacey hetero e com uns 15 anos a mais. Walter Bishop é o cientista maluco clichê; sabe muito sobre tudo, envolvido em ações e pesquisas questionáveis, mas adora se drogar e passou anos internado numa clínica psiquiátrica após um colapso mental; John Noble é um grande ator, apesar das falas às vezes muito esquemáticas, ele consegue dar vida a alguém torturado por motivos que não se consegue divisar no começo da série.

É, não parece grande coisa e não começou bem.

As primeiras histórias seguiam um esquema Arquivo-X, tinha o monstro do mês, tinha a conspiração governamental do mês, tinha a quase morte de um dos personagens do mês, tinha alguém-do-passado-que-voltava-querendo-vingança do mês... nada de excepcional!

E havia outro problema, pelo menos era o que eu achava, todas as histórias envolviam algo que o Dr. Bishop havia feito no passado, mas só lembrava disto NO FIM DO EPISÓDIO. Então, todos os episódios tinham uma sequência definida: algo acontecia, algo esquisito/chocante; eles iam investigar; o mistério se aprofundava e ficava mais perigoso; Dr. Bishop lembrava que havia feito um projeto nos anos 70 sobre o assunto; descobria-se que alguém havia usado o projeto; os três então solucionavam o caso a partir de um insight incrível de Bishop; PRONTO!!!

Todos os episódios eram assim :)

Eu já ia mandar a série para o saco quando alguma coisa começou a acontecer. A princípio, não saquei direito o que era, apenas via que bons episódios eram possíveis, geralmente envolvendo o antigo parceiro de experiências do Dr. Bishop, um tal de William Bell. Depois de mais alguns bons episódios, eu vi que o problema estava na própria expectativa que havia sido criada sobre a série, pelos produtores, escritores, pela rede de tv que exibe.

Fringe não é Arquivo X, é outra coisa.

Primeiro, há realmente uma história de fundo, que une os pedaços soltos, e é por isto que (quase) tudo envolve as experiências do Dr. Bishop. Existe uma ameaça ao planeta, à realidade, que se manifesta como algo que foi chamado de "o padrão". Isto é, uma série de acontecimentos interconectados que provém de uma fonte única, e é uma ameaça à própria existência do planeta (se alguém for mais longe, pode ser até do nosso universo!).

Eu virei fã da série, embora parte de mim tenha ficado com raiva, pois eu estava, lá no fundo de minha mente, pensando em escrever algo parecido com o que é mostrado como "big picture" nela. Mas tudo bem, é a vida, as idéias estão no "ar", platonicamente falando!

Para não estragar nada, vou ficar por aqui, mas darei uma pequena dica: normalmente, linhas paralelas só se encontram no infinito (hahahahah!).

Abaixo, o link (as coisas esquentam mesmo no fim, e melhoram MUITO na segunda temporada!), direto do TOP DEZ SÉRIES:


Até o tronco!

Um comentário:

  1. Eu vou dar uma segunda chance à série, Cabeção. Assisti os 5 primeiros episódios, depois dei uma morgada. Depois que assistir tudo de Battlestar Galactica, volto para Fringe.

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