18.2.10

Avatar 3D - II (ou “calma, cocada!”)

avatarEu não sei o que é cinema, mas o grupo Severiano Ribeiro me ensinou que “cinema é a maior diversão”, e é mesmo. Diversão não é, necessariamente, entretenimento. Posso me divertir assistindo tanto a quanto a O Sétimo Selo, Top Secret ou Amores Perros.

Cinema não precisa, necessariamente, de um texto bom, ou de boas imagens, ou de uma boa sequência disso tudo. Nem precisa necessariamente de interpretações -  são os casos dos documentários ou das animações. As sensações que um filme pode causar podem vir de diversas fontes: da história, da fotografia, da narrativa, dos diálogos, das comédias e tragédias ou, simplesmente, vir das cores e efeitos que aparecem na tela, impressionando quem o assiste.

Quando assisti a Jurassic Park, em 1993, no cinema, no momento em que apareceu aquele brontossauro gigante mostrando uma textura fantástica e um movimento perfeito, com um som alto ao fundo (nem dolby era no cinema que assisti!), fiquei perplexo! A história? Dane-se a história! O filme me impressionou, deixou-me atento do início ao fim, admirando o visual criado por Spielberg – diretor que não perdoarei jamais pela miérda que fez no final de Inteligência Artificial. Mas não importa também, o tal filme me impressionou.

Star Trek, de 2009, foi outro que me impressionou também. A história é ótima, considerando a saga Star Trek. Porque se formos simplificar o enredo, vira historinha de gibi – com todo sentido pejorativo que a palavra gibi carrega!

É o caso de Avatar. É entediante esse discurso ecochato, que devemos respeitar mais a natureza, essa historinha de mãe-terra, etc. Também acho batido e monótono esse blablablá todo sobre imperialismo ou que a ganância não pode passar por cima de valores mais nobres. Enfim, uma sinopse acaba com a história da Avatar e nos entrega o final do filme (apesar de ter achado a ideia do Avatar muito interessante, apesar de muito simples e de facílima digestão, confesso).

Concordo com Sardaukar que J.Cameron pegou o tal do zeitgeist, mas considero isso um mérito, uma boa sacada! Baseado nisto, conseguiu apresentar uma história simples com um visual incrível. Não há monotonia no filme, não se poupou um centavo em todas as cenas. Tudo muito bem feito, rápido, ágil e que funciona. Funciona pra todo mundo: o diretor ganha, o estúdio lucra e quem vai assistir ao filme em 3D fica muito satisfeito.

O último filme o qual tinha assistido em 3D foi Freddy's Dead: The Final Nightmare [pausa para as risadas], no início da década de 90, e só os 15 minutos finais. Tinha gostado bastante, principalmente por poder levar os óculos de papelão pra casa. Quando fui assistir a Avatar, vi que a coisa tinha mudado: o filme inteiro era em 3D (não só o filme, mas os trailers antes do filme), que os óculos eram de resina e não podiam ser levados pra casa (multa de R$ 100,00 caso não os devolvesse).

Achei o efeito 3D interessante, mas não revolucionário, como tinha imaginado que fosse. Primeiro porque, devido aos óculos, a cor do filme se perde bastante. Prefiro a cor do meu blu-ray, em casa. Outro ponto negativo é que só um plano está focado, o resto está desfocado (em algumas cenas). [Informações pseudotécnicas, caso não queira ler, pule para o próximo parágrafo] Por exemplo, imagine a câmera filmando um campo de futebol. A câmera está 10 metros atrás de uma das barras e há um jogador parado no meio do campo e a câmera focada nele. A barra mais próxima e a barra do outro lado do campo estarão desfocadas. Quando você olha para a barra mais próxima ou pra barra mais distante, dá uma sensação estranhíssima. O foco é a gosto do diretor. Em algumas cenas, principalmente na floresta, tive que ficar procurando o que diabos a cena queria mostrar de fato, já que olhava pra quase tudo e não achava o bendito objeto do foco. Mas isso só deve ser resolvido com holografia (atenção: futurologia barata!).

Gostei muito de ter assistido em 3D, valeu muito a pena. A imersão é bem divertida, as cenas no interior dos laboratórios são foda! As cenas das batalhas são divertidas também. Recomendo assistir em 3D, exatamente por inaugurar o estilo (ok, eu sei que não inaugurou, mas o hype todo foi em cima dele). Uma diversão descompromissada, sem solavancos, sem reviravoltas. É sentar e aproveitar o visual.

E que venha Clash of the Titans em 3D também!

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