19.2.10

500 Days of Summer


Vi este filme ano passado, festival de cinema do Rio, e saí PUTO da sessão, com raiva até do vento!

Creio que praticamente qualquer pessoa que já teve uma grande paixão que acabou não dando certo, seja por qualquer motivo, deve ter se identificado. Tenho até mesmo uma amiga que me afirmou que “todo mundo dizia que o filme era a cara dela!”. Eu acredito, realmente deve ter a cara de muita gente…

Só que no meu caso, eu achei um pouco demais. DEMAIS!



Vamos aos pontos:

1. Garotinho que cresceu ouvindo rock-triste-inglês (smiths, joy division, etc…), OK!

2. Achando que, se não encontrasse o “o amor de sua vida”, não seria feliz, OK!

3. Que teve uma interpretação equivocada do filme “a primeira noite de um homem”, OK!

4. A mania que Tom tem de achar que pode perceber que uma mulher É o amor da vida dele, OK!

5. Achar sentidos metafísicos, celestiais, filosóficos nos eventos mais prosaicos, em nome de dar um colorido na própria vida (não conscientemente, claro!), OK!

6. A criação de “excesso de expectativas” em tudo que diz respeito ao sexo oposto, OK!

7. Idealização, OK!

8. Camada emocional muito “fina”, OK!

9. Blah, bluh, blehrg, OK!

A história ia se desenrolando e eu ia me remexendo na cadeira, nervoso, incomodado, afinal, acabara de sair da relação com o “amor da minha vida”, e tudo que eu via em Tom, eram as mesmíssimas tolices que eu havia alimentado por anos.

PORRA!

Além disto, o filme não me ajudava nem um pouco, afinal, enchia a tela de mais citações que me faziam sentido: Belle & Sebastian, “to die by your side is such a heavenly way to die”, The Doves, A Arquitetura da Felicidade do Allain de Botton, aquela maldita camisa do Unknown Pleasures, e filmes e filmes e filmes e filmes…

Eu queria porque queria que o o filme terminasse com o cara no mesmo estágio emocional que eu estava! Como não foi bem assim, e não vou estragar o filme pra quem não viu, contando, eu saí do filme puto!

Odiando toda a esperança, e todos aqueles discursos do tipo “o mar tá cheio de peixe”, “é só uma fase”, “logo, logo, acontece algo e você…”

Ok. Parei.

O filme é bem legal. É totalmente “fórmula indie”, isto é, cheiinho de musiquinhas legais, com um roteiro bem arrumado, simpático até os ossos, atuações boas e empáticas.

Com certeza, é a película "queridinha” de 2009, definitivamente. Na mesma linha de Juno, Pequena Miss Sunshine, etcoetera…

- Mas, porra, você detonou estes filmes ultimamente, quando falava do ´up in the air´, e mesmo do Juno, em post muito antigo daqui, seu mierda…
- É vero!
- E porque então este aqui presta, se os outros não…?

NO SÉ!

Sei sim.

Apesar das fórmulas, a história central é muito boa, ou pelo menos assim me pareceu, por ser tão próxima a questões que eu acho importantes neste momento (sempre é bom reconhecer que pode ser apenas um caso de auto-referência!!!).

Digo mais, a cena do “expectations”/”reality” foi extremamente bem escrita e editada. Não que seja alguma novidade fora do comum, mas quem não se identificou com um momento igual, achando que algo seria perfeito, que caminharia totalmente para o caminho mais maravilhoso possível, revelando-se depois um momento ruim ou, pior, apenas COMUM?

Ainda, se a história fosse contada lineamente, seria só mais uma. Um romancezinho engraçadinho que não deu certo. O diretor usa a não-linearidade perfeitamente para criar uma curiosidade sobre os acontecimentos do filme e uma empatia pela situação de Tom.

Um amigo, que não vou dizer que foi o Campello, disse que a Summer era uma tremenda escrota…

Eu não concordei, pelo seguinte.

Uma das coisas que qualquer pessoa que tenha as características de Tom deve aprender é: as pessoas são diferentes!

Sentem diferente, pensam diferente, esperam coisas diferentes da vida.

E é algo que ele teve que aprender também, a vida é muito mais do que esta espera por um romance, ou um ideal construído a partir de “músicas pop, filmes e cartões do dia dos namorados”.

Deixa a Summer não sentir nada pelo Tom, Campello, todo mundo tem o direito de não corresponder a paixão dos outros. Assim como todo mundo tem o direito de quebrar a cara, se quiser, É CONSTITUCIONAL :)

Não é um filme para entrar na minha lista de MELHORES FILMES EVER!, mas vale bastante o ingresso, ou a locação, ou as horas de download…

Então, você, você e você, que tem prisão de ventre… Hehehe… Ok, não teve graça!

Voltando.

Para todos aqueles que viraram adultos ao som das bandas citadas, para aqueles que estão apaixonados, para aqueles que querem se apaixonar e para aqueles que não estão NEM AÍ, PORRA, EU POSSO VIVER SOZINHO, CACETE, ME DEIXA EM PAZ :( , eu indico o filme :)

HAIL, links:


p.s.: Abaixo, uma das músicas mais usadas no filme, “Please please please…”, dos Smiths, só que na versão instrumental do Dream Academy, usada em “curtindo a vida adoidado”, clássico dos 80 (eu sempre fui obcecado por esta cena, acho a coisa mais linda do mundo!!!):


5 comentários:

  1. Você é um apaixonado, Sardaukar! E quanto ao "as pessoas são diferentes!", concordo! Tem as escrotas e as não-escrotas. A vadia da Summer pertence ao primeiro grupo.

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  2. Apaixonado por ti, meu lindo pedaço de marshmellow tostado :*

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  3. Já não sei mais como cheguei a este endereço de blog, mas estava passeando pelos posts e senti quase uma obrigação moral de comentar esta resenha passional de (500) Dias com Ela, talvez porque ela me tenha soado algo familiar.

    Eu também fui ver (500) dias com ela em uma das sessões do festival, e era uma daquelas disputadas, tipo Botafogo 10 da noite: comprei ingresso com bastante antecedência... e saí puta do filme. Puta.

    Cheguei em casa, baixei a trilha viciante, - incluindo o cover chiclete que o She & Him fez dos smiths - relembrei o filme e, bem, fiquei puta.

    Daí que resolvi que a trilha tocando compulsivamente no I Pod não era suficiente: fazia-se necessário baixar o filme para me torturar mais um pouquinho... e ficar puta de novo.

    O distanciamento histórico me permite uma crítica um tantinho mais sã da coisa: (500) Dias com ela é realmente um bom filme - o problema é que a carapuça do Tom acaba servindo, como vc bem disse, para quase todo, em algum momento. Nós, a estirpe dos descendentes de Rob Gordon: http://www.youtube.com/watch?v=E8L8JFWY8cc

    Deu vontade de rever... acho que não fico mais puta. Vou tentar a sorte. ;)

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  4. Não alimente este tipo de coisa em seu coração, garota! Faz mal... :)

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