9.2.08

Oscar 2008, Michael Clayton

O Sardaukar pensa que eu tenho tempo para ver os rascunhos dos posts dele, ele não vê que entre um copo de água com gás e uma dose de whisk 18 anos não há tempo para nada em minha vida. Deixando as brigas domésticas e o meu projeto de vida de lado, vamos ao filme.

Incrível como esse filme foi nomeado para concorrer ao melhor do Oscar 2008, não por ser ruim, mas por ser escrito de uma forma muito estranha. O filme não tem o menor sentido, apesar de ser muito bem escrito. Não há empatia por nenhum personagem, não há ódio ou orgulho em nenhum momento do filme. As quase duas horas passam rápido, mas mesmo assim não posso dizer que o filme é bom.

[Spoilers a partir daqui]

Trata-se de um advogado, Michael Clayton, que é funcionário de uma firma gigante de advocacia, a qual está defendendo uma causa escrota e, claro, bilionária de uma corporação que lida, dentre outras coisas, com produtos químicos agrícolas, a U/North. O advogado que estava à frente desta causa específica, um tal de Arthur, endoida o cocão, nomeia-se Shiva e tira a roupa durante uma audiência, dizendo não suportar mais a sujeira a qual está metido. Aí tem um pouco de ficção: no dia em que um advogado endoidar porque está defendendo algo que não presta, todas as cédulas de dinheiro do mundo desaparecerão imediatamente. Este Arthur é amigo de Michael, que é incumbido de resolver a parada. Acontece que Karen Crowder, mulher recém nomeada CEO daquela corporação malvada, gigante e inescrupulosa, começa a meter o bedelho para tentar resolver da maneira suja - e é aí que o thriller começa a ganhar corpo, mas não engata.

Apesar do filme ser muito bem escrito, é pequeno e vazio, não há envolvimento com nenhum dos personagens, você não torce para que nada aconteça e tudo o que acontece no filme não tem molho, não tem graça.

As atuações são bem esquisitas, por exemplo, Tilda Swinton, interpretando a CEO da U/North, está parecendo o anjo Gabriel, de Constantine. George Cloney, o próprio Clayton, está parecendo que, apesar dos problemas pessoais, continua tendo um segredo com mais dez, onze ou doze caras. E o mais foda é que Sydney Pollack, que interpreta Marty Bach, o chefão do gigantesco escritório de advocacia, veio direto do banheiro, onde uma puta cheirou todas, em Eyes Wild Shut. Ficou esquisitão. Só vendo pra crer.

Ah, um ponto muito legal do filme: o casting. Ficou do caralho.

Afrescalhando com uma palavra só: parnasiano.

Os links: Michael Clayton (legenda)

Breve: Atonement e There Will Be Blood. Quem viver, verá.

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