27.12.07

Crítica mata-fresco: Maus hábitos, de Almodóvar

Maus hábitos, Entre tinieblas, Almodóvar, 1983: lixo, perda de tempo e de dinheiro, filme imbecil e relaxado. Ainda estou indignado porque assisti a este filme, e olhe que foi há 6 anos que joguei no lixo pouco mais de 100 minutos de minha vida. Um amigo e um colega de faculdade (à época) me indicaram, tecendo rasgados elogios ao filme - um deles ainda disse que o filme era engraçado. Fui na locadora, o DVD estava numa prateleira empoeirada. Olhei, olhei novamente, evitei ler a sinopse, tomei coragem e levei para casa. Grande miérda.

Resumão do filme (contém spoilers, mas juro que não tem a mínima importância): prostituta chora a morte do namorado por overdose (oh!) e procura um convento para se reabilitar, mas descobre que este não é um convento comum (oooh!), é repleto de freiras lésbicas (ooooooh!) taradas (oooooooooh!) e drogadas (seu... seu... seu infame!).

Eu não entro na onda de "gênio do kitsch!", "polêmico!", "explícito!", "cru!" que ouço os sussurros por aí. É muito fácil fazer um filme de Almodóvar: basta pegar uma câmera, uma prostituta, duas bichas, um bolero e um puteiro - voilà! Clap, clap, clap. E digo mais! Seria mais interessante para humanidade que Almodóvar, ao invés de cinema, fizesse radionovelas. Esta história de cinema pão-com-ovo, para mim, é feito teatro de rua: não há mérito na falta de recursos, não há beleza na miséria e ninguém com fome pensa algo que se aproveite.

Aos afetados (com a crítica, claro), podem colocar o sublingual agora. Acabo, neste momento, o espancamento obtuso, raso e vazio do gênio. Vai ver eu não entendi, mas não precisa explicar.

2 comentários:

  1. Ôi, Carlos Campelo/Sardaukar: Muito legal os textos do "Equivocando".Engraçados e mordazes. Lembra a coluna de "dicas" do eterno Pasquim. Por falar no Pasca, lembrei também de um cartum do Jaguar onde dois personagens saiam de uma sessão de cinema de arte e um deles comentava: "O filme é uma droga, mas o diretor é um gênio!"
    Acho que tá faltando apenas um link pros leitores saberem quem é quem escreve no blog.

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  2. Que-ri-do Campello,

    Espero que você mor-ra queimado por cera de depilação quente e sufocado por milhares daquelas coisinhas coloridas que enfeitam os brigadeiros (eu não falei nas coisinhas que enfeitam cajuzinhos, ou tampouco uvinhas, eu falei brigadeiros) por esse comentário tolo que você fez sobre Almodobar (sim, com sotaque castelhano).
    To-lo. Alomodóvar saiu da Movida Madrileña para mostrar ao mundo uma nova estética latina, naquilo que nos é mais peculiar, o excesso, ainda que de sentimentos.
    Ele renovou a tragédia grega, onde toureiras, pervertidos, travestis e mulheres que desejam tomam os lugares dos heróis e dos deuses nessa arena "tão estranha em que nós vivemos".

    Puf, prá você e para seu comentário.

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